
Vezes dez
:
DIEGO FÁVAROCASA DE CRIADORES
Verão 2019
—
Gosto de dizer que Diego Fávaro é talvez o melhor exemplo da geração que tomou conta recentemente da Casa de Criadores. Tem olho pra produto, não tem (aparentemente) a menor pretensão de crescer além do seu controle, não tenta reinventar sua roda a cada estação e parece saber bem o que seu público, angariado pelas redes sociais, quer.
Este foi sua décima coleção e, por isso, teve uma vibe interna comemorativa. Do jeito que gosta: “sempre que me perguntavam como queria comemorar meu aniversário, eu trocava qualquer festa por uma viagem”. E ele transa uma aventura - moto, mergulho, lama, qualquer uma dessas coisas radicais que rasgam uma costura malfeita.
Essa referência esportiva novamente norteia o desfile, quase fetichista com tais assuntos para construir sua ideia de streetwear.
Este foi sua décima coleção e, por isso, teve uma vibe interna comemorativa. Do jeito que gosta: “sempre que me perguntavam como queria comemorar meu aniversário, eu trocava qualquer festa por uma viagem”. E ele transa uma aventura - moto, mergulho, lama, qualquer uma dessas coisas radicais que rasgam uma costura malfeita.
Essa referência esportiva novamente norteia o desfile, quase fetichista com tais assuntos para construir sua ideia de streetwear.
Daí que saem os looks body-conscious manchados de terra, as cores poucas e os bolsos utilitários em peças confortáveis. O camuflado pode ser para poucos (apesar de ser combinados em bons tons, não é exatamente de bom tom a ideia de parecer um militar num país como este), mas as peças esportivas com acordoamentos têm graça infinitamente superior, assim como os encerados.
Em cinco anos de marca, Diego teve um crescimento sensível para quem o acompanha de perto. Refinou seu street, se encontrou na passarela, abriu mão de obsessões anteriores. E com vantagens, tipo a limpeza da logomania - que aparece agora apenas em momentos pontuais.
Sabendo que a venda de roupas não é o forte nem das grifes de luxo, e aqui voltamos ao pensamento do primeiro parágrafo, o moço se apega espertamente aos acessórios - e às parcerias muito que bem vindas. Além das malharias que assina com a Factoria, repete os sapatos via Passarela (com um tênis de tricô confortável), cria oclinhos de sol noventistas pela ótima Kitschic e, como era de se esperar, bolsas que podem repetir o sucesso das pochetes lançadas por ele nas últimas temporadas.
Fila de espera por acessório de marca indie? Rapaz, Diego já está se saindo melhor que muita empresa grande por aí.
Sabendo que a venda de roupas não é o forte nem das grifes de luxo, e aqui voltamos ao pensamento do primeiro parágrafo, o moço se apega espertamente aos acessórios - e às parcerias muito que bem vindas. Além das malharias que assina com a Factoria, repete os sapatos via Passarela (com um tênis de tricô confortável), cria oclinhos de sol noventistas pela ótima Kitschic e, como era de se esperar, bolsas que podem repetir o sucesso das pochetes lançadas por ele nas últimas temporadas.
Fila de espera por acessório de marca indie? Rapaz, Diego já está se saindo melhor que muita empresa grande por aí.
