
Uma noite no Gallery
:
ROBER DOGNANICASA DE CRIADORES
Verão 2019
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Lembra daquelas noitadas no Gallery? Pois é, nem eu. Nem o Rober. Aliás, acho que ninguém que estava neste desfile chegou a entrar na boate - que, portas exclusivas nos Jardins, foi ícone da noite-socialite paulistana dos anos 1980.
Arrisco dizer que nem era tão legal assim, provavelmente um bocado esnobe, mas é daqueles lugares que de tão falados (e com tantas celebs reunidas e tantos shows (e tanta cocaína)) acaba ficando no imaginário popular com um certo carinho de tempos mais inocentes (?).
Muito por conta das imagens de Dimas Schittini, fotógrafo que sempre estava pelo lugar e tem lugar de honra na lista dos paparazzo de luxo brasileiros. Seus retratos de figuras da época, tipo Xuxa e Maguilla, Luiza Brunet e Matilde Mastrangi (que fez um strip-tease que se conta histórico durante um leilão das suas roupas) são clássicos inegáveis da nossa cultura pop.
Arrisco dizer que nem era tão legal assim, provavelmente um bocado esnobe, mas é daqueles lugares que de tão falados (e com tantas celebs reunidas e tantos shows (e tanta cocaína)) acaba ficando no imaginário popular com um certo carinho de tempos mais inocentes (?).
Muito por conta das imagens de Dimas Schittini, fotógrafo que sempre estava pelo lugar e tem lugar de honra na lista dos paparazzo de luxo brasileiros. Seus retratos de figuras da época, tipo Xuxa e Maguilla, Luiza Brunet e Matilde Mastrangi (que fez um strip-tease que se conta histórico durante um leilão das suas roupas) são clássicos inegáveis da nossa cultura pop.


Pois é essa memória afetiva de tempos que não vivemos que dão assunto ao baile de Rober nesse verão. Em meio a tantos estilistas novinhos alimentados à base de Paris Hilton na infância, ele resgata figuras míticas para construir uma noite no Gallery de trinta anos atrás.
A primeira fase é uma homenagem a essa gente, usando figuras da noite de hoje - de Johnny Luxo a Ivana Wonder - para encarnar tipos como Hebe e Roberta Close, em robes luxuosos e cigarros (escândalo!) nas mãos.
A primeira fase é uma homenagem a essa gente, usando figuras da noite de hoje - de Johnny Luxo a Ivana Wonder - para encarnar tipos como Hebe e Roberta Close, em robes luxuosos e cigarros (escândalo!) nas mãos.
Depois se coloca a imaginar como seria o figurino das frequentadoras da boate na época, sempre sob seu filtro dramaximalista. É aí que as fotos de Schittini entram em ação, mas em partes. Como eram noites exclusivas tipo ver-e-ser-visto, imagina-se que as celebs de então investiam em looks exclusivos e elaborados (uma vez, no Carnaval, a cantora Simone foi fantasiada com a cabeça do ET do Spielberg).
Mas pouco ficou do registro de então. Não era a época do look do dia, os convidados estavam mais preocupados com o momento, o estilista Markito (que vivia por lá também) não deixou exatamente um grande acervo imagético disso e o fotógrafo… preferia retratos. Então o que fica é um registro de muita gente sorridente e pouca roupa.
Mas pouco ficou do registro de então. Não era a época do look do dia, os convidados estavam mais preocupados com o momento, o estilista Markito (que vivia por lá também) não deixou exatamente um grande acervo imagético disso e o fotógrafo… preferia retratos. Então o que fica é um registro de muita gente sorridente e pouca roupa.
Liberdade total para Rober fazer das suas, então: macacões cobertos de paetê, vestidos de lamê, florais máxi, mil babados e uma série boa de jeans adornados com dourado - tudo na medida para servir de figurino para uma série de artistas modernos que batem à porta do estilista.
Enquanto isso os late millennials, que são o grosso da plateia da Casa de Criadores, provavelmente não faziam ideia do que estava acontecendo. Mas e daí?
Enquanto isso os late millennials, que são o grosso da plateia da Casa de Criadores, provavelmente não faziam ideia do que estava acontecendo. Mas e daí?