
Ay papi
:
RAFAEL CAETANOCASA DE CRIADORES
Verão 2019
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De um ano pra cá, Rafael Caetano tem abraçado toda uma nova estética. Deixou de lado as inspirações conceituais que tanto gosta, e que lhe garantiram festa no Fashion Mob de 2012, para se adequar ao mercado. Mercado?
Pois: Rafael tem seu público e, esperto, resolveu reposicionar sua estética para atendê-lo. É um público gay, jovem, animado, das festas e boates, que às vezes se monta como drag queen, que não tem muito receio em sair de casa com roupas extravagantes e sabe que uma foto colorida, bom, vai chamar mais atenção no scroll do Instagram.
Pois: Rafael tem seu público e, esperto, resolveu reposicionar sua estética para atendê-lo. É um público gay, jovem, animado, das festas e boates, que às vezes se monta como drag queen, que não tem muito receio em sair de casa com roupas extravagantes e sabe que uma foto colorida, bom, vai chamar mais atenção no scroll do Instagram.
Pois essas pocs maravilhosas são a pauta aqui. O estilista aproveitou as férias, visitando Madri pela primeira vez, e trouxe referências do safári LGBTQ do verão espanhol para a passarela: as saunas, as boates, os bares e todo o suor da Chueca, clássico bairro gay de lá. Ao mesmo tempo, misturou referências do mundo da Frei Caneca, clássica rua gay daqui (um pouco mais caída que a Chueca, é verdade - mas a gente se vira com o que tem, certo?).
E aí essa montação está pronta, seja para a Yacht ou pro Bofetada.
E aí essa montação está pronta, seja para a Yacht ou pro Bofetada.
Rafael mistura cores primárias sem medo, amarra veludos com telas, poás com paetês, veludos molhados e encerados. Quer mostrar o corpo? Temos. É mais recatada, mas não quer passar despercebida? Temos também.
Há quem vire o olho e ache colorido demais, montado demais, fun demais. Mas há de se convir que, se há essa demanda queer, não é o conceitozão de passarela (que a gente ama, mas…) que vai suprir.
Rafael está mais do que certo.
Há quem vire o olho e ache colorido demais, montado demais, fun demais. Mas há de se convir que, se há essa demanda queer, não é o conceitozão de passarela (que a gente ama, mas…) que vai suprir.
Rafael está mais do que certo.